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AÇÃO QUERIDINHA DA BOLSA DISPAROU MAIS DE 650%. MAS ATÉ QUANDO VAI ESSA ALTA?

Atualizado: 25 de jan. de 2021



Centro das atenções, as ações da Locaweb decolam sem parar desde a estreia na bolsa brasileira. No dia do IPO, em 6 de fevereiro de 2020, os papéis da empresa estavam sendo negociados a R$ 17,25. Atualmente já valem R$ 114,26 cada. A capitalização de mercado já ultrapassa R$ 14 bilhões. Mas será que a companhia vale isso tudo mesmo?


Com capital aberto desde o ano passado, a Locaweb (LWSA3) se tornou a queridinha dos investidores brasileiros na bolsa de valores. Não é por acaso. Desde que estreou na B3, em fevereiro do ano passado, a companhia viu suas ações dispararem. Em menos de um ano, os papéis já se valorizaram 662%, considerando a cotação da última sexta-feira (22), mesmo apesar dos efeitos da pandemia.

Segundo especialistas, a companhia “tem cumprido todas as suas promessas” desde a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). “Apesar de um 2020 difícil, eles fizeram cinco fusões e aquisições pós-IPO, todas nos últimos 90 dias do ano (passado). As empresas vêm de segmentos diferentes, mas compartilham semelhanças importantes“, destacaram em relatório recente os analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Ricardo Cavalieri do BTG Pactual.


De acordo com cálculos, as cinco aquisições proporcionam uma receita recorrente anual (ARR) de R$ 103 milhões, o que representa 20% da receita da Locaweb. No total, a empresa pagou R$ 322 milhões nos negócios.


Somente em 11 e 12 de janeiro deste ano, os papéis da empresa dispararam em dois pregões consecutivos, valorizando-se 24,10%. Na ocasião, a Locaweb anunciou o desdobramento das suas ações, com o objetivo de elevar a liquidez dos papéis e tornar o preço mais atrativo a um número maior de investidores.


Para 2021, por ora, o trio do BTG Pactual enxerga um desempenho promissor, já que a Locaweb deve ingressar no Ibovespa (IBOV) em maio ou, no máximo, até setembro. Em breve, também será possível observar os primeiros efeitos das aquisições recentes.


“A Locaweb está no caminho certo para construir o melhor ecossistema para as PMEs (Pequenas e Médias Empresas) prosperarem no mundo online”, destacaram os analistas. Também em relatório, o Safra apontou a empresa como o “melhor player do setor de internet“.


Mas até quando essa alta vai vigorar?


A verdade é que ninguém sabe, por ora! Quem tiver a resposta, diga “cheque-mate”. Felipe Miranda, sócio-fundador da Empiricus, primeira casa de análise independente do Brasil, também não.


Em sua última opinião divulgada no portal MoneyTimes, quem se atentou ao artigo viu uma breve discussão sobre a possibilidade de uma “bolha” nas ações da empresa.


“Troquei mensagens com outro gestor de ações... Ele trouxe provocações ótimas: ‘Estamos certos ou isso é bolha? Locaweb (LWSA3) vale (realmente) R$ 13 bilhões (de capitalização de mercado)’”, indagou.


Na sequência, afirmou que seu colega gestor “não sabe dizer ao certo se são preços de bolha”. Miranda concordou: “Eu também não sei. Pode ser uma coisa ou outra, a depender do cenário prospectivo”, acrescentou. Em resumo, tudo depende do que irá acontecer no mercado e com a empresa tanto nos próximos dias ou até no decorrer do ano.


“Não há como julgar se estamos certos a priori, do ponto de vista do resultado (da companhia) — apenas como uma análise de cenários à frente, com pensamento probabilístico”, esclareceu Miranda.


“Se as empresas entregarem, de fato, curvas exponenciais e dobrarem receita por alguns trimestres subsequentes, como algumas têm feito, então ficará óbvio, a posteriori e sob o viés de retrospectiva, que não havia bolha alguma. Caso contrário, todos serão taxados de grandes idiotas por não terem percebido a exuberância irracional”, concluiu.


Outras possibilidades


Alguns grandes investidores que atuam no mercado financeiro e que consultei hoje relevaram que a bolsa brasileira vive atualmente: “uma verdadeira loucura”, alertou um deles que preferiu não se identificar.


“Há muita gente com liquidez, especialmente com a taxa Selic a 2%, que acabam migrando para a Bolsa pois não sabem onde aplicar o dinheiro. E com o Ibovespa batendo quase 120 mil pontos e os ativos valorizados, a aposta fica nas empresas de tecnologia que sobrevivem da pandemia”, afirmou.


“Ficou evidente durante o período de distanciamento social que o lance da tecnologia iria dominar o mercado. Por essa razão, ações como da Locaweb se tornaram as queridinhas, entre outros fatores”, completou.


Segundo analistas consultados, a verdade é que a grande percepção é de que o mercado financeiro “está sem parâmetro”. Isso porque os juros, a bolsa e o dólar não acompanham o que a bolsa de valores representa hoje. Vale lembrar que o Ibovespa está a 117.380,49 pontos, dólar a R$ 5,46 e Selic a 2%.


>> E você: o que tem a opinar sobre as ações da Locaweb?


Vem aí mais IPOS de tecnologia


Há quem diga que este pode ser o grande ano para as startups de tecnologia na bolsa brasileira. Tudo em razão de novas companhias do setor que devem abrir o capital. Vale lembrar que, mesmo com a pandemia do novo coronavírus, a B3 viveu o seu segundo melhor ano em 2020 em relação ao número de IPOs realizados. Foram 28 aberturas de capital realizadas no ano passado. O número só é inferior ao ano de 2007, quando 64 empresas se tornaram públicas.


Confira a seguir as empresas que vão estrear no mercado:

  • Mosaico Tecnologia ao Consumidor (MOSI3) – Data: 05/02/2021

A empresa definiu na última semana a faixa indicativa do preço de suas ações no IPO previsto para ser feito no dia 5 de fevereiro. Serão 45,4 milhões de ações negociadas por preços entre R$ 15,40 e R$ 19,80 cada uma. Com isso, espera-se uma arrecadação de R$ 800 milhões. Mais dois lotes com 9 milhões e 6,8 milhões de ações podem ser colocados à venda posteriormente. A oferta está sendo coordenada pelos bancos BTG Pactual, Itaú BBA, J.P. Morgan e Goldman Sachs.


Dona dos sites Zoom, Buscapé e Bondfaro, a companhia deve utilizar parte do dinheiro para quitar o financiamento da aquisição do Buscapé e o restante para ampliar as operações. Financeiramente, a operação obteve receita líquida de R$ 160,7 milhões nos primeiros nove meses de 2020 ante R$ 59,3 milhões em 2019. A empresa é lucrativa. No período de três trimestres em 2020, obteve caixa positivo de R$ 33,8 milhões ante 1,8 milhão de reais no ano anterior.

  • Intelbras (INTB3) - Data: 04/02/2021

Fundada em 1976, a fabricante de dispositivos eletrônicos finalmente planeja atuar no mercado de capital aberto. A previsão também é arrecadar mais de R$ 1 bilhão com o IPO e as ações devem ser precificadas entre R$ 15,25 e R$ 19,25 cada. Considerando a média de R$ 17,25 por ativo, a previsão é arrecadar mais de R$ 1,2 bilhão. O IPO, marcado para 4 de fevereiro, está sendo coordenado pelos bancos BTG Pactual, Santander Brasil, Itaú BBI e Citigroup.


Presente em 98% das 5,5 mil cidades brasileiras, a empresa comandada por Altair Silvestri é composta por uma rede com mais de 370 distribuidores e 80 mil revendedores credenciados – responsáveis por quase 75% das vendas. São 3.500 funcionários. Nas cifras, o faturamento dos primeiros nove meses de 2020 aumentou 20,2% para R$ 1,46 bilhão. Já o lucro líquido do período subiu 2,6% e ficou em R$ 121 milhões.

  • Bemobi (BMOB3) - Data: 10/02/2021

Fundado em 2015, o clube de assinatura de aplicativos quer movimentar mais de R$ 1 bilhão com sua oferta inicial de ações prevista para o dia 10 de fevereiro e coordenada por BTG Pactual, Morgan Stanley, XP Investimentos e Itaú BBA. Serão 49,7 milhões de ações que devem ser ofertadas por algum valor entre R$ 17,60 e R$ 23,10 por ativo. Outras 17,4 milhões podem ser ofertadas em lote secundário.


Entre janeiro e setembro de 2020, a companhia que faz parte do grupo norueguês Otello e tem parceria com empresas com Disney, Rovio, Viacom e AngryBirds, teve receita bruta de R$ 198,2 milhões, 11% a mais ante 2019. A receita líquida foi de R$ 186 milhões. A companhia é lucrativa. Ao fim dos primeiros nove meses do ano passado, o lucro líquido ficou em R$ 38 milhões, 35% a mais do que no ano anterior.


*Com informações do MoneyTimes.com.br e da EXAME.com


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